domingo, setembro 25, 2005

Como é fácil idealizar o mundo...
idealizar qualquer coisa, na verdade...
Criar tantas espectativas, que podem ou não ser verdades (ainda), mas idealizá-las, da forma que mais conv';em.
Triste, eu diria.
Triste porque é fácil e lastimável a forma como estruturas firmes caem, porque, na verdade, nunca foram certas: a viga estava inclinada, o pilar estava torto.

Mas idealizar faz parte do ser humano; ou do meu ser (cada dia acredito perder mais da minha humanidade), e qualquer estrutura que se cria num terreno não conhecido pode ruir.
Creio não ser mais tão criança a ponto de querer plantar árvores no lodo, ou criar castelos encantados sobre o pântano, mas ainda sou infantil a ponto de acreditar nas pessoas; de achar que sentimentos podem ser eternos ou encantados, a ponto de valerem ser guardados num castelo qualquer.

Estaria eu errada?
Possivelmente.

É incrível, mas o tempo vai passando, eu vou ficando mais velha, e cada vez mais acumulo ideais que aos 8 anos acreditaria serem medíocres. Talvez seja verdade aquela teoria de que mulheres atingem sua maturidade emocional na infância, e depois só vão regredindo. Talvez eu queira estar me encaixando em alguma estatística furada, apenas para fazer de conta que pertenço a alguma realidade.

Minha vida é um talvez.

O que é bom, dá espectativas! Mas ainda dá a possibilidade de lidar com o lúdico, e quando o lúdico e o real se encontram, a saída é complexa.

Acho que eu espero muita verdade de onde não vão vir; muita direção de equívocos. Talvez por eu estar tentando questionar o mundo e a mim mesma, tentar encontrar a solução da minha alma de uma forma esclarecedora, ao menos, eu espero isso dos outros.

Ou então eu espero isso desde os 8 anos, mas nunca tive a coragem de dar o primeiro passo.

O pântano é cobrível: castelos podem ser construídos ali em cima e não afundarem; talvez esteja na hora de aprender alguma coisa de engenharia, porque de verdades e mentiras o mundo está cheio, e o talvez mata muito mais que o sim e o não.